Da Agência Estado: O presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), afirmou, nesta quarta-feira, 19, que qualquer partido tem o “direito
democrático” de pedir sua saída, mas que não pretende se afastar. “Eu não farei
afastamento de nenhuma natureza. Vou continuar exatamente no exercício pelo
qual eu fui eleito pela maioria da Casa. Estou absolutamente tranquilo e sereno
com relação a isso.”
Na iminência de ser denunciado pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, por envolvimento no escândalo de desvios na
Petrobras, o parlamentar ainda reagiu a um ofício da PGR encaminhado ao PSOL em
que o órgão nega que investigações feitas na Casa tenham tido acesso aos
computadores dos 513 deputados.
O PSOL havia encaminhado um pedido de explicações a Janot
com base num relato de Cunha de que a ação realizada na Câmara vasculhou dados
de todos os parlamentares.
No documento enviado ao partido, o procurador-geral da
República Rodrigo Janot, diz não só que é inverídica a informação, como
classificou a afirmação de Cunha aos líderes partidários de “no mínimo
leviana”. Na ocasião, a ação na Casa foi solicitada pela PGR e autorizada pelo
ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
No dia 4 de maio, Zavascki autorizou que um oficial de
Justiça fosse ao Departamento de Informática da Câmara para retirar cópias que
pudessem comprovar a autoria de Cunha em um requerimento que poderia ajudar nas
investigações referentes ao suposto envolvimento do presidente da Câmara.
Janot respondeu que a ação teve como foco Cunha e a
ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ). “A leviandade da declaração
reside no fato de que tenta usar como escudo a instituição Câmara dos Deputados
– e, pela via da desinformação, seus pares – para atacar o Ministério Público
Federal, embora a crítica à diligência seja de interesse exclusivo para a
defesa do deputado Eduardo Cunha”, declara Janot no ofício enviado ao líder do
PSOL Chico Alencar (RJ).