Nós contra eles. Este foi o mote da
eleição presidencial americana, que termina nesta terça-feira com a
votação que determinará quem entre Hillary Clinton e Donald Trump vai
ocupar a Casa Branca a partir de 20 de janeiro de 2017. Até o último
minuto, os dois candidatos ampliaram as acusações, apontando o
adversário como o mal a ser evitado numa maratona por cinco estados.
O ódio foi a marca da campanha, que
termina com uma pequena vantagem para Hillary nas pesquisas e um certo
alento para a democrata pela alta participação de latinos em
estados-chave, mas com projeções apertadas na avaliação da votação em
cada estado, que é o que define, na verdade, o escolhido para o cargo
mais importante do mundo.
— (Hillary) Clinton é protegida por um
sistema totalmente ardiloso. E agora os americanos farão justiça nas
urnas amanhã (hoje). Que o establishment corrupto de Washington ouça: se
vencermos, vamos drenar esse pântano — atacou Trump, na Flórida.
A democrata contra-atacou:
— Nossos valores mais cruciais estão
sendo testados nesta eleição — discursou em Pittsburgh, Pensilvânia. —
Temos de curar este país. Temos de reunir as pessoas, ouvir e respeitar
um ao outro.
O presidente Barack Obama, grande cabo eleitoral dela que foi a três estados ontem, endossou:
— Todo o progresso que alcançamos irá
pelo ralo se não ganharmos amanhã — afirmou Obama na segunda-feira, em
Michigan, apelando ao medo.
O discurso divisionista e polarizado,
contudo, não vai apenas influenciar a política: deixa um país com
profundas feridas que, segundo os especialistas, pode viver uma fase à
sombra do ódio. Uma nova onda de violência, que já dá alguns sinais de
crescimento, não está descartada. E o último dia da campanha não fugiu à
regra, com fortes ataques mútuos.
O GLOBO