Preso na Operação “Manus” juntamente com
o ex-deputado e ex-ministro Henrique Alves, o empresário Fred Queiroz,
que por indicação do próprio Henrique ocupou as secretárias de Turismo e
Obras da Prefeitura de Natal, fez graves revelações no depoimento após
fechar o acordo de delação premiada.
Na colaboração preliminar que fez com o
Ministério Público Federal, com a participação do Ministério Público
Estadual no período de 11 a 20 de junho, Fred Queiroz narrou o “modus
operandi” de seus contratos das campanhas de 2010 a 2016 com o PMDB e
aliados. Narrou como eram feitos os contratos “guarda chuva” e disse que
nesses contratos tirava o dinheiro para pagar sua estrutura e as
mobilizações e militâncias e o restante repassava para assessores e
políticos.
Narrou que, em 2014, o volume cresceu
substancialmente e que quando ia para o banco sacar grandes volumes de
dinheiro, entregava até o dinheiro do imposto que seria para pagar as
notas para o emissário de Henrique, porque Henrique pedia devido a
necessidade e que depois iria repor na hora de pagar os impostos das
notas. Das notas emitidas na campanha de 2014, Fred revelou não ter pago
os impostos referentes às notas fiscais porque até hoje aguardava o
prometido, a regularização por parte de Henrique.
Fred Queiroz saiu da prisão em cima de
um pré-acordo com o MPF e o MP estadual, que inicialmente relutou em
participar do acordo, cuja homologação tem que passar pelo Supremo
Tribunal Federal e o TJ, já que foram citados parlamentares com foro no
STF (senador e deputado federal), e TJ (já que foram citados prefeitos e
deputados estaduais).
Fred também contou como foi a
participação dele na campanha de 2016 à releeição do Prefeito Carlos
Eduardo, e narrou detalhes do contrato da empresa dele com a campanha.
Também narrou um fato envolvendo doação de uma grande empresa para a
campanha de 2014 que poderá ter influência nacional devido a delação de
executivos desta mesma empresa não ter narrado o episodio da entrega de
numerários em solo potiguar.
O Blog do BG apurou com duas fontes que
tem pleno conhecimento dos detalhes do processo que nos depoimentos Fred
Queiroz citou um senador, um deputado federal, prefeitos, três
deputados estaduais, nove vereadores da legislatura passada (alguns
foram reeleitos em 2016), um publicitário e dois assessores pessoais de
Henrique Alves.
Certamente outras pessoas devem ter sido
citadas, cujos nomes se tornarão conhecidos após a homologação do
acordo de colaboração. Detalhe importante: na série de depoimentos, Fred
Queiroz narrou fatos referentes às campanhas de 2010 e 2014 a nível
estadual e 2012 e 2016 na capital.
O processo deverá ser desmembrado nos
próximos dias, uma parte fincando do RN e outra seguindo para o STF em
Brasília. Investigações estão sendo feitas e novas operações poderão
acontecer.
Aguardem cenas dos próximos capítulos….
Blog do BG