Em denúncia
apresentada em setembro deste ano no Supremo Tribunal Federal (STF), mas
tornada pública apenas nesta semana, o então procurador-geral da República
Rodrigo Janot acusou o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), de adotar
uma prática comum para escapar do controle das autoridades financeiras. Ele
teria feito vários depósitos em valores abaixo de R$ 10 mil — que não são
monitorados — em sua conta entre 2012 e 2014. Segundo Janot, era dinheiro de
propina para favorecer a empreiteira OAS nas obras da “Arena das Dunas”, em
Natal, um dos estádios da Copa do Mundo de 2014.
O
ex-procurador-geral denunciou Agripino por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro e pediu que ele seja condenado à perda do cargo público e a devolver
R$ 900 mil aos cofres públicos. Agripino nega as acusações e tachou a denúncia
de leviana. O julgamento do recebimento da denúncia está marcado para ocorrer
na próxima terça-feira na Primeira Turma do STF. O relator é o ministro Luís
Roberto Barroso. Caso a denúncia seja aceita, Agripino se tornará réu. Só então
terá começo a ação penal que poderá levar à condenação ou absolvição do
presidente do DEM.