Entre os clubes favorecidos pela medida adotada pela CBF, o principal motivo de festa foi dar, ainda que tardiamente, o título de campeão brasileiro a jogadores como Pelé, Jairzinho e Tostão, alguns dos maiores nomes do futebol nacional em todos os tempos. “Essa decisão recoloca as coisas em seus lugares certos e um feito como esse deve ser celebrado junto com a nossa torcida e com os ídolos, que merecem ser reverenciados por isso”, afirmou Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos, após a divulgação extra-oficial da notícia.
Ademir da Guia, presente nas cinco conquistas do Palmeiras entre 1967 e 1973, também aprovou a medida. “Seria muito legal a realização de uma festa, o reconhecimento dos títulos. Para nós é importante. Demorou bastante, mas passa para a história”, disse o ex-jogador.
Entre os clubes ultrapassados no ranking de campeões nacionais, a medida da CBF foi repudiada. Campeão brasileiro em 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008, o São Paulo chegou a lançar o filme “Soberano” para festejar o hexacampeonato. Uma vez inferiorizados na lista, os tricolores protestaram. “Não interessa ao São Paulo ser o primeiro ou não. Temos noção do que ganhamos e não foi nada de presente de ninguém. Nossos títulos são indiscutíveis. Essa manobra mostra a forma precária como dirigem o futebol brasileiro. Isso acaba com a credibilidade do futebol e da entidade que o dirige”, protestou Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vice de futebol.
Os insatisfeitos criticam a decisão de reconhecer dois títulos do Palmeiras no mesmo ano de 1967 e apontam as diferenças entre o Brasileiro e os torneios anteriores. Entre 1961 e 1965, por exemplo, o Santos foi pentacampeão da Taça Brasil em 24 jogos.
Já o Cruzeiro, em 2003, realizou 46 partidas para ganhar a primeira edição do Nacional por pontos corridos. Enquanto uma nova polêmica é criada, duas velhas pendengas do futebol tupiniquim continuam presentes. A CBF ignora o Flamengo e aponta o Sport como campeão brasileiro de 1987, além de ainda não ter definido um dono para a chamada “Taça das Bolinhas”, criada para homenagear o primeiro tricampeão seguido ou o primeiro penta alternado.
A entidade resolveu unificar os títulos anteriores a 1971 no momento em que o Brasil vive uma clima de preocupação em relação à Copa do Mundo de 2014 e pouco depois de Ricardo Teixeira, presidente da CBF desde 1989, ser acusado de receber US$ 9,5 milhões de propina da ISL, empresa de marketing esportivo ligada à Fifa.
Com a mudança, Pelé passa a somar seis títulos brasileiros, um recorde. Atualmente, o ex-jogador do Santos mantém bom relacionamento com o mandatário da CBF.
Entidade segue sem reconhecer título do Fla
A CBF promoveu, nesta quarta-feira, um evento para oficializar a unificação dos títulos brasileiros de 1959 até 1970, dos times vencedores da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa. Entretanto, a confederação ainda não reconhece o hexacampeonato brasileiro do Flamengo, mantendo o Sport como campeão nacional de 1987.
De acordo com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o clube carioca pode perder as esperanças, pois não há chances de mudança a respeito deste troféu. “É impossível o Flamengo ser campeão de 87”, afirmou, em entrevista ao Sportv.
O presidente, inclusive, afirmou que há uma liminar da Justiça Comum que impede que o Flamengo seja reconhecido como o campeão daquele ano. “Se não for cumprida, pode gerar até prisão”, revelou Teixeira.
Para tentar contornar a situação, Teixeira fez uma sugestão ao Flamengo. “Se o Flamengo acha que é campeão, tem que tentar reverter com quem decidiu. Tem que ir na Justiça Comum fazer o pedido”, comentou. Caso a decisão definitiva seja, mesmo, manter o Flamengo com apenas cinco títulos nacionais, os cariocas não poderão mais pleitear a “Taça das Bolinhas”, que ficará com o São Paulo, sendo o primeiro time a vencer o Campeonato Brasileiro por cinco vezes.
Ricardo Teixeira fala sobre a Copa de 2014 e vê avanços
Rio (Agência Estado) - O presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira, afirmou que está satisfeito com o andamento das obras que visam o Mundial que será disputado no Brasil daqui a quatro anos.
“Este é o momento do trabalho que não aparece muito para o público, mas é igualmente importante, pois se trata do planejamento para tudo o que será executado nos próximos anos. É um trabalho diário, incansável, mas tem mostrado resultados significativos. Assim como o Comitê Organizador, o Governo Federal, os estados e municípios têm se esforçado ao máximo para oferecerem uma grande Copa do Mundo da Fifa a todos os amantes do futebol”, afirmou o dirigente, em nota publicada nesta quarta-feira no site oficial da Copa de 2014.
O COL fez um balanço positivo sobre o andamento das obras que visam o Mundial, apesar de todas elas estarem longe de ficarem prontas e de atenderem às condições exigidas pela Fifa para receber a competição e o grande público que irá marcar presença no Brasil em 2014.
Segundo o COL, a Copa “começa a ganhar cara, com as obras dos estádios sendo iniciadas”. O órgão lembrou que nove dos 12 palcos da competição “já começaram os trabalhos” (Arena Amazônia, Arena Capibaribe, Arena Pantanal, Beira-Rio, Estádio Nacional, Fonte Nova, Maracanã, no Rio de Janeiro, e Mineirão.