sexta-feira, 10 de junho de 2011

O PMDB É AMIGO OU INIMIGO DO GOVERNO DILMA?

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Deu em O Globo
O PMDB não engoliu ainda a escolha da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sem que sequer o vice-presidente da República, Michel Temer, fosse consultado. Temer só foi comunicado meia hora antes da demissão de Palocci.
A cúpula do PMDB ameaça se rebelar caso não tenha peso na escolha do novo articulador político. Alertou a presidente que a crise política não se encerra com a saída de Palocci, pois a articulação política do governo ainda motiva muitas insatisfações.
A cúpula do partido ficou remoendo o desfecho da crise sobre Palocci até as 4 horas da madrugada de ontem, no Palácio do Jaburu – residência oficial do vice-presidente – e, de volta ao Congresso pela manhã, começou a mandar recados duros para a presidente Dilma: o PMDB não quer o cargo do ministro das Relações Institucionais, hoje nas mãos do petista Luiz Sérgio, mas quer avalizar e ter peso no redesenho da articulação política.
Presentes no encontro no Jaburu, que serviu também para bombardear a personalidade da ministra Gleisi, estavam o presidente do Senado, José Sarney (AP), o deputado Eduardo Cunha (RJ), o líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
E mais: o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), o senador Eunício Oliveira (CE), o líder do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Vital do Rêgo (PB), o presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp (RO), e o diretor da Caixa Econômica Federal e ex-deputado Geddel Vieira Lima (BA).
“Ela (a presidente Dilma) não pense que vai fazer com a vaga do Luiz Sérgio o mesmo que fez com a do Palocci, com a indicação da Gleisi! Se fizer isso, o PMDB não articula mais nada no Congresso. O PMDB não quer a vaga do Luiz Sérgio, mas quer avalizar a escolha”, disse um dos participantes da reunião.
“O PMDB foi traído! Não se pode avisar o vice-presidente da escolha de um novo ministro meia hora antes da demissão do outro.
O PMDB passou o dia inteiro defendendo e dando apoio a Palocci, e o PT detonando”, disse outro líder peemedebista, dando o tom da revolta no partido.
Na avaliação que entrou pela madrugada na casa de Michel Temer, os peemedebistas concluíram que começa uma nova fase no governo Dilma e que a crise na base aliada e no Congresso não se resume ao escândalo de Palocci, pois foi agravada pela crise na articulação.
Este conjunto da obra é que teria levado o governo a ser derrotado na votação do Código Florestal na Câmara e que resultou na derrubada de duas medidas provisórias no Senado por falta de votação.
“Foi uma trapalhada muito grande. A crise é muito maior que o Palocci. É isso que a Dilma tem que entender! E Gleisi é arrogante, como Dilma. Não cabem os dois egos na mesma sala”, criticou um dos peemedebistas durante a longa reunião.
No relato que fez aos colegas, Temer contou que anteontem à tarde, pouco antes de Palocci entregar a carta de demissão, teve uma rápida conversa com a presidente Dilma, quando ela teria se limitado a defender a escolha de Gleisi.

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