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| Deputado Ricardo Motta e Robson Faria |
Robinson também negou que haja turbulências entre ele e a governadora Rosalba Ciarlini. Ele lembra que na saída para os EUA, Rosalba afirmou: “Viajo tranquila porque confio no meu vice. O Estado está bem, entregue ao meu vice".
Indagado sobre a possibilidade de uma reaproximação com o senador José Agripino, Robinson foi lacônico:
Não vou responder”.
Confira alguns pontos da entrevista concedida à TN pelo governador em exercício:
TN - O senhor pode falar de política, ou ainda está de férias de assuntos políticos como disse recentemente?
Robinson Faria - Depende. Vamos vê.
TN - É quanto a uma avaliação do PSD. Como ficou o partido? Em número de prefeitos e vereadores, quantos o partido conseguiu filiar?
RF - O que estava ao meu alcance. Hoje não posso responder precisamente a dimensão, porque ainda não estou com os números do PSD finalizados, de filiados e prefeitos e candidatos a prefeitos. Mas é importante ressaltar que os prefeitos estão terminando seus mandatos e o que vai valer - e aí é uma análise profunda de quem conhece a geografia política do Estado - é quem será, potencialmente, o futuro prefeitos do Rio Grande do Norte. E é ai onde irá nascer o resultado mais claro de cada partido, após as urnas serem abertas em 2012. Então, essa que é a análise mais realista para 2012. Não a de quantidade, mas sim do potencial de vitória. Eu ainda não parei para fazer uma estimativa, caso a caso, mas o PSD está instalado, hoje, com comissões em 142 cidades. Apesar dos pesares, estamos ai.
TN - O partido tem apenas dois deputados, menos do que o PMN que o senhor liderava. O senhor se arrepende de ter ido para o PSD?
RF - De forma nenhuma. Não me arrependo de nada na minha vida. Posso até errar, mas me arrepender não. A política é feita de erros e acertos. Considero que hoje, estou realizado. Estou com um partido que, nacionalmente, nasceu grande. Nasceu grande no Rio Grande do Norte, e não tenho receio de falar isso. Se diminuiu, vamos aguardar o futuro. Política, cada dia, é um dia. Você não pode é se acomodar. O que vale é que estou motivado, não perdi a serenidade, nem a paixão pela minha essência de ser político. Quanto ao PSD, vou mostrar que vai ser grande. Não sei onde vai chegar, mas vai ser grande.
TN - Como viu as críticas do senador José Agripino ao senhor e ao PSD?
RF - Gostaria de não responder ao senador José Agripino. Cabe a ele fazer uma reflexão do que foi, na vida dele, o parceiro Robinson Faria, e não cabe a mim interpretar suas palavras.
TN - Ainda há chance de reaproximação política com Agripino?
RF - Não vou responder.
TN - Porque essa sanção (da lei que autoriza o empréstimo de US$ 540 milhões) na Assembleia Legislativa?
RF - Fui presidente oito anos, então achei melhor vi aqui dividir a sanção dessa lei com os deputados porque foram eles que debateram e que aprovaram o projeto. Estou no Executivo, mas minha alma é de deputado. Então, estou aqui hoje para mostrar o carinho que o governador em exercício Robinson Faria tem por esta Casa, onde trabalhei por 24 anos.
TN - O senhor admite turbulências entre o senhor e o governo Rosalba?
RF - Posso falar de meu sentimento. Não são siglas que separam os homens. São atitudes. Não há turbulências com o governo. Se houvesse não estaria assumindo o Governo hoje. Então vou me defender da sua pergunta, relembrando o que a governadora Rosalba disse, no angar do aeroporto, antes de sua viagem. Quando perguntaram a ela se iria viajar e deixar o governo para seu vice, respondeu: "Viajo tranquila porque confio no meu vice. O Estado está bem, entregue ao meu vice". Portanto, não há turbulência.
TN - O senhor continua disposto e motivado a ser candidato ao Senado?
RF - Daqui a três anos, ninguém sabe o que pode acontecer. Tem muito tempo.
TN - O senhor ficou nesta semana pela primeira vez como governador interino depois que tomou posse com Rosalba, qual a avaliação?
RF - Foi muito intenso, dentro do que eu podia fazer. Visitei obras importantes. Ficamos o tempo todo no monitoramento das greves, com diálogos com os secretários que estavam autorizados pela governadora Rosalba a negociar. Hoje [ontem] fomos a Alcaçuz para entregar uma ala nova para desafogar os presídios e as delegacias, que era um clamor da justiça e do cidadão - não importa, se apenado ou não, ele tem direito a dignidade e tratamento justo. Com essa nova ala, o Estado passa a se adequar às normas jurídicas.
TN - O principal ato foi a assinatura da Proposta de Emenda Constitucional que dá autonomia ao Corpo de Bombeiros?
RF - Tudo foi válido. Assinei a PEC que vai dar as prerrogativas jurídicas de autonomia ao Corpo de Bombeiros. Ontem [quinta-feira,13], tive a grande alegria de conhecer o programa de segurança Comunidade da Paz, na Zona Norte. Lá realizei um sonho, porque nesse programa está inserido o Ronda Cidadão, que eu tanto defendi como parlamentar. Hoje, o governo Rosalba que adotou esse projeto, na região mais violenta de Natal, que tem os maiores indicadores de homicídios [Nossa Senhora da Apresentação], vê redução no quesito homicídio de 80%, e olhe que o projeto ainda está em fase experimental. Ainda vamos aperfeiçoá-lo, dentro dos recursos escassos que o Estado dispõe. Mesmo assim, a metodologia que defendi está acontecendo e o que vale são os números.
