O problema é que a Rosa há muito já não comunga com o ideal oposicionista do DEM; para ela, cada vez que o partido aprofunda a relação com o PSDB, que também faz oposição ao Governo Federal, fecha portas para sua gestão no RN.
O Governo do Estado passou 2011 lamentando a escassez de recursos públicos e as dívidas herdadas da gestão passada. Em 2012 o discurso ainda não mudou. Mantém a cantilena de falta de dinheiro e respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, justificativas para não conceder reajustes ao funcionalismo.
A solução para o Governo de Rosalba é a abertura do cofre da presidente Dilma, que pode enviar recursos em forma de convênios para diversas áreas da administração, promovendo uma ‘folga’ na utilização dos recursos próprios.
A chave do cofre de Dilma está nas mãos de dois potiguares aliados: o ministro Garibaldi Filho e o deputado federal Henrique Alves. Os primos já foram a diversos gabinetes em Brasília com a governadora, apresentada pelos peemedebistas como ‘aliada’, sem a necessidade de dizer que ela é aliada somente deles, e somente no RN, pois na política nacional o DEM da Rosa é oposição a Dilma e assim será em 2014.
Portanto, quando tem que decidir se declara apoio a um candidato do PSDB em Natal, o deputado federal Rogério Marinho, que foi aliado de primeira hora e tem sido correto com o Governo, Rosalba pensa muito mais em sua gestão do que nas conveniências políticas das alianças feitas pelo senador José Agripino.
Rosalba realmente gostaria de votar e torce para Rogério ser prefeito de Natal. Porém, a questão é partidária; e seu apoio a um nome do PSDB pode criar ainda mais dificuldades em Brasília e provocar um afastamento do PMDB local, que já tem candidato lançado para a sucessão da prefeita Micarla de Sousa.
O dilema da Rosa é justamente esse:
Apoiar Rogério Marinho para não contrariar José Agripino e criar um problema com Garibaldi e Henrique.
Ou não apoiar Rogério Marinho, ser chamada de ingrata e até traidora por não ajudar um aliado e provocar um descontentamento com o presidente de seu partido, que ficará em dificuldades para explicar ao Diretório Nacional que a única governadora do DEM não seguirá a orientação de aliança com o PSDB.
E agora, Rosalba?
Prefere contrariar Agripino e agradar ao PMDB de Henrique e Garibadi, com esperança de receber a recompensa em forma de obras e convênios do Governo Federal?
Ou vai negar apoio ao PMDB no maior colégio eleitoral do Estado para evitar confronto doméstico com o DEM, dando uma demonstração a Brasília que é realmente seguidora de Agripino em qualquer circunstância?