Polícia Federal avalia o valor das joias
apreendidas na Operação Calicute e se elas foram compradas para lavar
dinheiro roubado, conforme mostrou o RJTV nesta quarta-feira (23). Em
depoimento, a diretora comercial de uma joalheria disse que as joias,
algumas de até R$ 100 mil, eram vendidas na casa do ex-governador Sérgio
Cabral. Os atendimentos eram feitos pessoalmente por ela, que atendia o
casal desde 2013. Segundo ela, o agendamento era feito por Carlos
Miranda e por um outro assessor do ex-governador.
São cerca de 300 peças de marcas
internacionais de ouro, brilhante e pérolas. Quarenta foram apreendidas
no apartamento de Sérgio Cabral e da mulher dele, Adriana Ancelmo. As
outras foram encontradas com os outros integrantes do grupo de
investigados. Segundo a diretora da joalheria, as peças eram escolhidas
pelo próprio Sérgio Cabral ou por Adriana Ancelmo.
Maria Luiza Trotta, da joalheria Hstern,
disse em seu depoimento que os pagamentos eram feitos sempre em
dinheiro. Ela não sabe se houve a emissão de notas fiscais. Segundo os
procuradores, as joias são parte importante da investigação.
Eles também querem saber que tipo de
relação o ex-governador tinha com as joalherias brasileiras, se os
incentivos fiscais que elas receberam do governo fazem parte de alguma
vantagem indevida e se as joias eram usadas para lavar dinheiro de
propinas.
Segundo os procuradores, Sérgio Cabral e
o economista Carlos Miranda mantinham contato constante com joalherias.
A diretora revelou ainda que o pagamento era feito por Carlos Miranda
ou por um portador, em dinheiro vivo, dentro da loja em Ipanema, na Zona
Sul.
Cabral diz não se recordar
No depoimento à PF, Sérgio Cabral disse
que não se recorda de ter pago as joias em dinheiro vivo. Ele disse que
conhece Maria Luiza Trotta e que acredita ter comprado joias uma ou duas
vezes. O ex-governador disse ainda que não se lembra do valor das
joias, nem mesmo da peça de R$ 100 mil.
Carlos Miranda também confirmou que
conhece Maria Luiza Trotta, mas afirmou que não se lembra de ter
comprado alguma joia na loja. Agora todas as joias estão sendo
periciadas e a polícia quer saber se elas são autênticas e também o
valor de mercado.
G1