Conhecida em Cuiabá como “ Sergio Moro de saia ”,
a ex-juíza e senadora eleita pelo PSL de Mato Grosso, Selma Arruda —
que se notabilizou por sentenciar políticos corruptos do Estado, como o
ex-governador Silval Barbosa — vem se transformando em incômodo para o partido
do futuro presidente da República.
No início de outubro, o Ministério Público Eleitoral de Mato Grosso pediu
a quebra do sigilo bancário da magistrada aposentada em um processo no qual ela
é investigada por abuso de poder econômico durante a pré-campanha eleitoral.
Há duas semanas, o ex-presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno,
escolhido por Jair Bolsonaro para comandar a Secretaria-Geral da Presidência,
foi arrolado pela defesa da ex-juíza como testemunha.
Selma entrou na mira de adversários políticos depois que as cópias de
quatro cheques, assinados por ela entre abril e julho, foram anexados a um
processo de cobrança movido pelo marqueteiro político contratado pela ex-juíza.
Os cheques — que totalizaram R$ 550 mil — serviram para quitar parte do
contrato de R$ 1,8 milhão que Selma fechou em abril, ainda durante a
pré-campanha, com a agência Genius, do publicitário Junior Brasa, de
Cuiabá. Bruno Abbud – O Globo