Além do ajuste
fiscal, os governadores nordestinos, no encontro com a presidente Dilma
Rousseff, defenderam o acesso a financiamentos internos e externos e a
continuidade de obras que geram empregos nos Estados, como as dos programas de
Aceleração do Crescimento e Minha Casa, Minha Vida. Segundo o governador da
Paraíba, Ricardo Coutinho, na reunião com Dilma, ela garantiu que não vai haver
paralisação de nenhuma obra, particularmente as que fazem parte da
infraestrutura hídrica da região. “Você não pode parar porque quando você
desmobiliza uma obra, a empresa dá baixa na carteira dos trabalhadores, até que
ela vai novamente funcionar, você gasta muito mais”, afirmou.
Após a reunião, o
ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que a demanda quanto
aos financiamentos poderá voltar a ser discutida em junho, quando provavelmente
as medidas de ajuste fiscal que tramitam no Congresso já terão sido apreciadas.
“Os governadores deram destaque à possibilidade de financiamento junto a
organismos internacionais, como Banco Mundial e BID [Banco Interamericano de
Desenvolvimento]. São financiamentos cujos contratos são muito lentos, os
procedimentos em geral demoram pelo menos um ano. O que eles querem é dar inicio
à tramitação dessas matérias que evidentemente viriam num cenário futuro,
pós-ajuste”.
Para Coutinho, há
uma espécie de “bom senso” para entender a situação atual. “Sabemos também que
estamos ajudando a transpor essa situação. É preciso o Congresso definir qual
vai ser o tamanho do ajuste. A partir disso, vamos sentar para dialogar e como
planejar. Cada financiamento virá do tamanho que o estado possa [contratar]”.