A união desonerou a produção de carros e eletrodomésticos, diminuindo o imposto sobre produtos industrializados (IPI) que incide sobre tais mercadorias. Parte do IPI serve para custear o Fundo de Participação dos Municípios, principal meio de sobrevivência das pequenas prefeituras do Rio Grande do Norte (mas não apenas do RN). Com o incentivo fiscal com recursos alheios, os poderes públicos municipais se viram em situação de extrema dificuldade. É que as contas não fecham.
A Federação dos Municípios do RN informou que um parte das prefeituras do estado pagará o salário referente ao mês de Dezembro de 2015 apenas em 10 de Janeiro de 2016. Justificativa: queda do FPM.
Mas a preocupação maior não é essa. No próximo ano teremos elevação salarial, acirramento da seca e depressão da atividade econômica, consequentemente, da arrecadação. O colapso dessas prefeituras se aproxima. Sem ajuda, elas não aguentarão o tranco.
O irônico disso tudo é que a FIESP apoia o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o antipetismo, ao contrário do que o lugar comum alardeado preconiza, bate no teto na que era considerada a já tradicional base de apoio do governo federal; os chamados, com boa carga de preconceito e desconhecimento da lógica local, “grotões”.