Alessandra Ferreira de Oliveira, primeira-tesoureira do PSL-RJ, recebeu R$ 55,3 mil a partir de pagamentos de 42 candidatos do PSL no Rio. Desse total, R$ 26 mil tiveram como origem 33 candidatas que só receberam a verba do diretório nacional na reta final da eleição.
De maio de 2018 até o último dia 12, Alessandra dividia as tarefas da empresa com o cargo de assessora da liderança do PSL na Alerj, à época exercida por Flávio, com salário de R$ 6,4 mil.
Segundo relatos à reportagem, a cobrança começou após o PSL Nacional confirmar a liberação dos recursos.
“O Flávio disse que as mulheres não iriam pagar nada. Até porque o partido precisava das mulheres”, disse a guarda municipal Ana Cristina, derrotada a deputada federal. Ela contratou outra contadora com recursos do diretório nacional, por R$ 1.000.
Andrea Cunha, que se candidatou a estadual, diz que Alessandra ameaçou não liberar recursos porque ela já havia contratado outra contadora. “Foi aquela briga danada. Quando achava que não ia receber, caiu na conta.”
Segundo a reportagem, outros beneficiados foram dois parentes de Valdenice de Oliveira Meliga, tesoureira do diretório estadual do PSL.
A empresa Ale Solução e Eventos, de Alessandra, contou inclusive com a candidatura-tampão de duas parentes de Valdenice. A irmã e a nora de Val, como a tesoureira é conhecida, registraram candidatura só em setembro, em substituição a duas mulheres que desistiram da disputa. Elas tiveram as candidaturas indeferidas, mas nem recorreram da decisão. No curto espaço de tempo, realizaram as transferências para a empresa indicada.