O Globo
Um ano após a saída definitiva de Dilma
Rousseff da Presidência da República, o cenário político brasileiro
permanece sacudido pelas investigações da Lava-Jato, que avançou sobre a
cúpula do PMDB, partido que substituiu o PT no Palácio do Planalto.
Em365 dias, a cúpula peemedebista se tornou alvo de inquéritos no
Supremo Tribunal Federal, enquanto os líderes petistas tiveram seus
casos remetidos à primeira instância do Judiciário. O presidente Michel
Temer foi denunciado por corrupção passiva, e o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Dilma foi citada na delação dos executivos da Odebrecht, assim como a
maior parte das lideranças políticas do país. Confira a seguir o que
aconteceu com os protagonistas da política em um ano desde o
impeachment.
Michel Temer (PMDB): Alçado à Presidência, foi citado na delação da JBS e denunciado por corrupção. É investigado em mais um inquérito.
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB): O
ministro das Relações Exteriores responde a um inquérito no STF com
base na delação da Odebrecht. Há ainda um inquérito que surgiu como
desdobramento da Lava-Jato.
Blairo Maggi (PP): O
ministro da Agricultura responde a um inquérito no STF com base na
delação da Odebrecht. Também foi citado na delação do ex-governador de
Mato Grosso Silval Barbosa.
Bruno Araújo (PSDB): O ministro das Cidades responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht.
Eliseu Padilha (PMDB): O ministro da Casa Civil responde a dois inquéritos no STF com base na delação da Odebrecht.
Geddel Vieira Lima (PMDB): Ex-ministro
da Secretaria de Governo, saiu do governo em novembro do ano passado,
após o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero dizer que foi pressionado
por ele para liberar licença de um empreendimento. Em julho deste ano
foi preso após acusações de ameaçar o doleiro Lúcio Funaro. Está
atualmente em prisão domiciliar.
Eduardo Cunha (PMDB): O ex-presidente da Câmara está reso em Curitiba desde outubro do ano passado. Já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro.
Henrique Alves (PMDB): O ex-ministro do Turismo está preso desde junho deste ano, acusado de receber recursos desviados dos cofres públicos
Moreira Franco (PMDB): O ministro da Secretaria-Geral da Presidência responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht.
Gilberto Kassab (PSD): O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações responde a dois inquéritos no STF com base na delação da Odebrecht.
Helder Barbalho (PMDB): O ministro da Integração Nacional responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht.
José Serra (PSDB): O
senador e ex-ministro das Relações Exteriores responde a um inquérito no
STF com base na delação da Odebrecht, e a outro com base na delação da
JBS.
Marcos Pereira (PRB): Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht.
Rocha Loures (PMDB): Ex-assessor
de Temer e ex-deputado, Loures foi denunciado pela PGR, acusado de ser
intermediário da propina paga pela JBS a Temer. Responde a outro
inquérito ao lado do ex-chefe.
Romero Jucá (PMDB): O
senador, presidente do PMDB e ex-ministro do Planejamento saiu do
governo em maio do ano passado após dizer em gravação que era preciso
“estancar a sangria”, em referência à Lava-Jato. Responde a 14
inquéritos no STF, tendo sido citado em algumas delações. Desde a semana
passada, a PGR ofereceu três denúncias contra ele.
Tadeu Filippelli (PMDB): Ex-assessor
de Temer foi citado na delação da Andrade Gutierrez e chegou a ficar
preso em maio acusado de desvios em licitações no DF, onde já foi
vice-governador.