Do Portal Agora RN – O
mês de outubro chegou e, com ele, deu-se início a uma contagem regressiva no
meio político. Falta um ano para o primeiro turno das eleições que vão definir
novos deputados, senadores, governadores e presidente da República.
Restando doze meses para o pleito, muitas são as incógnitas
tanto no plano nacional quanto no local, inclusive no que diz respeito às
regras do jogo, haja vista que o Congresso ainda analisa propostas de reforma
política. Uma vez aprovadas até o final desta semana, o que é considerado
improvável, as mudanças entram em vigor em 2018.
A nível estadual, há dúvidas quanto a possíveis candidaturas
e o cenário se apresenta como absolutamente indefinido. Nos pleitos
majoritários, serão três vagas em disputa: a do Governo do Estado e outras duas
para o Senado Federal.
Em relação ao Governo, a primeira incógnita gira em torno do
atual governador, Robinson Faria (PSD). Propenso candidato à reeleição, o Chefe
do Executivo precisará lidar com dois fortes desgastes: a crise na área de
Segurança Pública e os desdobramentos das operações Dama de Espadas e Anteros,
que investigam a participação do governador no suposto esquema de desvios
instalado na Assembleia Legislativa.
Além disso, Robinson não deverá contar em 2018 com o apoio
do PT, legenda que lhe ofereceu suporte na vitoriosa campanha de 2014, contra o
poderio da aliança concentrada em torno do PMDB (que lançou Henrique Eduardo Alves
à época).
Por causa desses fatores, já foi cogitada, no grupo político
ligado ao governador, a elaboração de um “plano B” para a disputa. Neste
sentido, apesar de ter negado a hipótese, a primeira-dama e secretária estadual
de Trabalho, Habitação e Assistência Social, Julianne Faria (PSD), se apresenta
como possibilidade.
Na oposição a Robinson, também não há definição de
candidaturas. Quatro nomes, no entanto, se destacam no atual cenário: a
senadora Fátima Bezerra (PT), o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT),
o desembargador Cláudio Santos (sem partido) e a vereadora de Grossos Clorisa
Linhares (PSDC).
Destes, o nome mais consolidado até o momento é o de Fátima.
Isso porque uma eventual candidatura da petista é considerada daquelas “sem
riscos”. Com mandato de senadora até 2022, Fátima pode se candidatar ao Governo
do Estado sem precisar renunciar ao cargo. Além disso, o PT já definiu
internamente que terá candidatura própria no ano que vem, e Fátima desponta
como o principal nome da legenda.
Pesa contra a petista, entretanto, o desgaste da sigla e a
dúvida em torno da candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à Presidência. Isso
porque o palanque de Fátima no RN tende a perder força caso Lula não seja
efetivamente candidato.
Outro nome competitivo, Carlos Eduardo surge como a
principal liderança da oposição e tem a seu favor o apoio do PMDB, partido que
detém o maior número de prefeituras no estado.
O prefeito da capital, contudo, que está pela quarta vez à
frente deste posto, vem experimentando desgaste ímpar em sua trajetória
política. Colaboraram para esse quadro o propagado déficit nas contas públicas
– que provoca frequentes atrasos no pagamento do funcionalismo – e deficiências
em diversas áreas da gestão, como mobilidade e saúde pública.
O desembargador Cláudio Santos, secretário estadual de
Segurança Pública e Defesa Social no governo Wilma de Faria, é outra
possibilidade ventilada no meio político local. O magistrado tem destinado
fortes críticas ao governo Robinson e adota discurso combativo contra a
criminalidade. Tendo em vista a crise na segurança, seu discurso pode agradar.
Cláudio busca um partido para se acomodar e não descarta
outras possibilidades, como ser, por exemplo, candidato a senador. No momento,
a legenda que parece ser seu destino mais provável é o PSDB, partido que vem
crescendo no estado (já detém a maior bancada da Assembleia Legislativa, com
cinco deputados). A falta de definição sobre seu destino partidário pode ser o
fator complicador de sua participação no pleito.
Quem também deve ser candidata na eleição para o Governo do
Estado é a vereadora no município de Grossos Clorisa Linhares. Filiada ao PSDC,
partido presidido a nível estadual pelo ex-vereador natalense Joanílson de
Paula Rêgo (pré-candidato a senador), Clorisa tem se dedicado aos pleitos
da indústria salineira potiguar. Tímida até o momento, sua candidatura
pode ganhar musculatura, entretanto, se compuser uma coalizão de partidos.
Existe a perspectiva de que se construa uma coligação de “partidos pequenos” em
prol de um projeto único para 2018. Tal união, que pode incluir partidos como o
PEN e o PV, pode fortalecer o projeto.
Na disputa para o Governo, é provável ainda que haja uma
candidatura do PSOL. Neste caso, não há definição quanto ao nome que o partido
apresentará. Nas duas últimas eleições, a sigla teve ganho em seu potencial
eleitoral, quando apresentou os nomes de Sandro Pimentel (2010) e Robério
Paulino (2014). O último tem leve favoritismo para a disputa por também já ter
sido candidato a prefeito de Natal em outras duas oportunidades, com
votações crescentes.