A Odebrecht ingressou com ação no STF (Supremo Tribunal
Federal) na qual diz que um vídeo com relatos de um delator da empresa que
trabalhou na Venezuela, que estava sob sigilo, só pode ter vazado pela
Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Na época, o órgão estava sob o
comando do procurador-geral da República Rodrigo Janot. Ele deixou o
cargo em 17 de setembro.
O vídeo estava sob a guarda da Procuradoria-Geral da República por
determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo. O relato trata de corrupção
no governo de Nicolás Maduro, que teria recebido US$ 35 milhões de propina da
Odebrecht, de acordo com um delator.
O depoimento foi vazado na última quinta-feira (12) pela
ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz, que rompeu com o
regime chavista e agora vive exilada na Colômbia. Em 22 de agosto deste ano,
Ortega Díaz esteve com Janot em Brasília.
A Venezuela só teria o direito de receber o vídeo se fechasse acordo com
os delatores da Odebrecht que confessaram crimes naquele país, o que não
ocorreu até agora. As informações são de MARIO CESAR CARVALHO, Folha de
São Paulo.